A Era dos Dragões – Age of the Dragons

 

 

Lançado em 2010, A Era dos Dragoes conta com Danny Glover como o ator principal.

Em se tratando de produção cinematográfica, não é um filme de primeira linha, o que se nota logo ao início.

Então por quê Livrosefilmes o cita?

Devido à sua ligação com uma obra clássica – Moby Dick, de Herman Melville. O filme é uma versão draconiana da obra de Melville seguindo a trama do livro, mas inserindo um toque de romance, trocando baleias por dragões, e a gordura de baleia pela extração de um líquido inflamável, retirado das glândulas deles.

Esta aí uma abordagem interessante.

Mas isso justificaria indicar o filme aos nossos leitores? Ainda não, a não ser que você seja um consumidor de filmes e livros que tratem de dragões. Aí vale você dar uma olhada.

Mas ainda é um filme que não compete com a obra de Melville – o tema com certeza poderia ser mais elaborado.

Então por que o estamos citando aqui?

Colocamos o filme aqui por causa do personagem de Glover, o capitão Acab. Ele aparece logo no início como um garoto, juntamente com sua irmã. Por um momento ele se distrai e sua irmã acaba morta por um grande dragão, de cor mais clara que outros dragões – que será daí para frente a obsessão de Acab.

Acab cresce como um caçador de dragões, buscando alcançar e matar o monstro que eliminou sua irmã, e no caminho, enquanto busca seu objetivo, mata muitos dragões, e enriquece com o produto que vende – que serve como combustível para as lamparinas do mundo em que vive.

Eis aí uma personagem que é um líder, uma lenda, um referencial para todos. Um homem que dá resultados – o grande caçador de dragões.

Consegue trazer para perto de si pessoas também competentes, lançadores de arpões, um extrator de fluido de dragões (pelo menos do ponto de vista de caçar dragões), e os leva consigo em sua empreitada. Com eles vai uma jovem, filha de Acab por adoção.

Há um veículo, similar a um barco, mas que roda pela terra carregando a tripulação – e este é um item que talvez eu mudaria se fosse escrever tal história.

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Mas continuemos: ao final, Acab leva seus liderados à ruína.

Sua personalidade domina todos às sua volta, e ele é alguém que faz o que faz porque não consegue lidar consigo mesmo, não consegue resolver e encarar suas próprias culpas.

No decorrer da história revelam-se seu verdadeiro caráter e sua verdadeira face – e então, o que se viu no início do filme toma nova forma, e os sentimentos em relação ao personagem também.

O filme então pode servir como um paradigma ou dramatização para o que acontece hoje com muitas organizações e equipes quando lideradas por alguém que tenha somente seus próprios interesses em vista, e revela o que acontece quando não se encara de frente as próprias doenças de alma, quando se tem algo sério a se trazer a luz e tratar no próprio interior – quando um líder não encara e se livra de histórias irreais sobre a própria jornada de vida.

Não é bom ficar perto de gente assim – mesmo que a recompensa pareça boa. Melhor ainda, é bom policiar-se para não ser alguém que faça o mesmo.

 

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