Como é ser vítima de abuso e solidão? O que é crescer sem os pais uma família na qual se é tratado como um intruso, um peso indesejável?
É num contexto como este que J.K.Rowling nos apresenta Harry Potter, o “bruxinho”, filho de um casal que foi morto por “aquele que não pode ser nomeado”.
Literatura que conquistou o mundo, gerando filmes que fizeram o mesmo, Harry Potter foi considerado um fenômeno no campo literário e cinematográfico.
É interessante notar como J.K.Rowling conseguiu aliar um clima infanto juvenil ao tema da bruxaria, e como conseguiu torná-la viva numa atmosfera que remete às tradições antigas.
Ao conhecer, por exemplo, o inesquecível mestre Dumbledore, os amantes de fantasia poderão ver nele as reminiscencias de Merlin, e o grande salão e cerimônias do castelo de Hogwarts apontam para as tradições de Narnia, Terra Media e da Távola Redonda.
E como se não bastasse, as histórias vão se desenrolando enquanto os personagens crescem, e assistimos nessas histórias o desenvolvimento fisico e emocional deles, enquanto a luta pela liberdade e pelo bem vai crescendo.
O livre arbítrio vai sendo testado, traidores e amigos se revelam e heróis inusitados se apresentam.
Os personagens a cada passo vão percebendo que crescer tem um preço, e que para sere livres, o preço é o compromisso da própria vida – o que é recorrente nos clássicos da fantasia e ficção.
A influência sofrida por Rowling pode vir de outros autores, e a princípio sua linha lembra um pouco os contos de C.S. Lewis e Tolkien, com um toque épico e próximo dos juniores e jovens do final do século vinte.
Como literatura, não há como fugir do fato: mereceu e merecerá lugar de destaque sempre.
Como filmes, os livros mostraram uma capacidade de chamar a atenção pelo visual e pelo enredo.
Leia mais: Harry Potter